• ANGOLA PARTICIPA NA ABERTURA DA CIMEIRA DOS OCEANOS EM NICE COM FOCO NO SECTOR DAS PESCAS


    Angola marcou presença na abertura da Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3) em França, com uma
    delegação de alto nível.
    A representação nacional foi encabeçada por Ana Paula Chantre Luna de Carvalho, Ministra do Ambiente, que liderou a delegação na condição de representante de João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola.

    Integraram igualmente a delegação distinguidas personalidades do Executivo angolano e do corpo diplomático como:

    * Carmen do Sacramento dos Santos, Ministra das Pescas e Recursos Marinhos
    * Embaixadora Esmeralda da Silva Mendonça, Secretária de Estado das Relações Exteriores
    * Embaixadora Guilhermina Prata, Representante da República de Angola em França
    * Embaixador Francisco José da Cruz, Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas.

    A conferência, que reuniu mais de
    50 líderes mundiais, foi oficialmente aberta pelo Secretário-geral da ONU, António
    Guterres, que alertou para uma crise oceânica sem precedentes.

    António Guterres abriu a conferência com dados alarmantes sobre o estado dos oceanos mundiais, revelando que "os oceanos produzem pelo menos 50% do oxigénio do planeta e absorvem 30% do carbono gerado por actividades humanas".
    O Secretário-geral alertou que mais de 50% das espécies marinhas correm risco de extinção até 2100, devido à poluição plástica, perda de ecossistemas marinhos e aumento das temperaturas oceânicas.
    "A poluição plástica está a acabar com cardumes, levando à perda de ecossistemas
    marinhos assim como ao aumento da temperatura que eleva o nível do mar", declarou Guterres, apelando a investimentos massivos na ciência oceânica e conservação
    marinha.

    Na qualidade de co-anfitrião, o Presidente francês Emmanuel Macron, utilizou o seu discurso para criticar directamente os países que negam as alterações climáticas, declarando que as questões
    oceânicas e climáticas "não são uma questão de opinião, mas estão cientificamente
    estabelecidas".
    "Temos estado a ouvir que, basicamente, as alterações climáticas, a ameaça à
    biodiversidade, a questão dos oceanos, tudo isso, é uma questão de opinião. Vou dizer-
    vos: não, não temos o direito de fazer isso porque não é uma opinião, mas está
    cientificamente estabelecido", afirmou Macron.
    O Presidente francês prometeu "decisões fortes" nos próximos dias em parceria com
    outros governos para mobilizar a comunidade internacional.

    A delegação angolana participou na conferência com destaque especial para os sectores do ambiente e das
    pescas, reflectindo a importância estratégica dos recursos marinhos para o desenvolvimento económico sustentável de Angola.
    A participação angolana teve como objectivo reafirmar
    o compromisso do país com a governança oceânica responsável e o desenvolvimento da economia azul.
    Angola juntou-se assim a outros países africanos na discussão sobre políticas de pesca sustentável, conservação da biodiversidade marinha e gestão responsável dos recursos oceânicos.

    A UNOC3, copresidida pela França e pela Costa Rica, decorreu até 13 de junho e estava
    estruturada em 10 painéis temáticos que abordaram questões desde a poluição porplásticos até à conservação de ecossistemas marinhos.
    A conferência visou acelerar a ratificação do Tratado do Alto-Mar e estabelecer compromissos concretos para a
    protecção de 30% dos oceanos mundiais até 2030.
    Entre os objectivos principais está a mobilização de pelo menos 40 milhões de empregos
    na indústria oceânica até 2030, demonstrando o potencial da economia azul para gerar desenvolvimento económico sustentável.

    A conferência prosseguiu até ao dia 13 com a apresentação do Pacto Europeu para
    os Oceanos e discussões sobre financiamento para conservação marinha. Espera-se que mais países anunciem a ratificação do Tratado do Alto-Mar, aproximando-o das 60 ratificações necessárias para entrada em vigor.